quarta-feira, 14 de julho de 2010

Como é feliz o que a inocente virgem traz!
O mundo esquecendo, pelo mundo esqueceu.
Brilho eterno de uma mente sem lembranças!
Cada prece aceita e cada desejo entregue;
Trabalho e descanso, que iguais períodos têm;
‘Sonecas obedientes que podem despertar e chorar;
’Desejos feitos, afetos sempre ímpares.
Lágrimas que deliciam, e suspiros que flutuam ao Paraíso.
Graça brilha ao redor dela com raios sereníssimos,
E anjos a suspirar lhe estendem sonhos dourados.
Para ela, a eterna rosa do Éden floresce,
E asas de serafins guardam perfumes divinos,
Para ela, o esposo prepara a aliança,
Para ela, alvas virgens cantam hinos,
Ao som de harpas divinas ela se vai,
E derrete-se em visões de eterno dia.”

“Eloísa para Abelardo”, de Alexander Pope

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